Dia 20 de Dezembro foi a plenária do Conselho Municipal de Saúde. Apresentei aos companheiros uma carta de solicitação de apoio a nós Servidores para conseguir sermos ouvidos pelo Prefeito, que desde que o governo iniciou, nunca nos recebeu. Outro problema que enfrentamos é a MMNP-SUS que não ocorre pra que possamos levar demandas dos profissionais. Servidores explorados e terceirizados usados, essa é a realidade dos profissionais de Saúde do Município do Rio de Janeiro. Segue a carta aprovada e com apoio dos Conselheiros para ofício convidando o prefeito ao diálogo.
Carta aos Conselhos distritais e população
Quanto vale salvar vidas?
O Servidor não quer privilégios, mas colocar comida na mesa, pagar em dia as contas e não depender de empréstimo pra comprar remédios, honrar compromissos. Hoje as perdas salariais chegam em torno de 30%. A situação da Enfermagem no Município por exemplo, é de péssimas condições de trabalho, falta de segurança e baixos salários. Profissionais Auxiliares e Técnicos estão buscando renda extra com venda de Salgados, venda de produtos de revistas, serviço de pintura de parede, obra, UBER. Tudo pra compor a renda.
Há desgaste físico e mental, adoecendo e ocorrendo maior número de licenças quando inevitável. Antes porém, esses trabalhadores estarão atendendo doentes e também precisando de cuidados. Desse modo não rendem o necessário em sua profissão e quem sofre é a população. Além de risco nos atendimentos onde o cansaço excessivo, poderá reduzir reflexo e capacidade de raciocínio.
Servidores em tempo de aposentadoria se mantendo ativos por necessidade. Apesar de ser promessa de campanha valorizar com PCCS, dar anualmente o reajuste, até o momento se quer o Prefeito recebeu os representantes dos trabalhadores para diálogo. Em uma de suas falas pediu inclusive, que o Servidor parasse de encher o saco. Uma postura lamentável diante de um cargo que exige ética e postura que privilegie a sensatez e o bem-estar coletivo.
Fomos “heróis na Pandemia”…na verdade sempre profissionais cumprindo um juramento: o de “Dedicar minha vida profissional a serviço da humanidade”… E como Servidores seguimos firmes sem privilégios, sem valorização, desrespeitados por essa gestão. Muitos sacrificaram com a própria vida o dever de cuidar durante a pandemia.
Garantia das necessidades vitais de cada indivíduo. É um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. Deixo aqui para reflexão: Quanto vale a vida? Um direito fundamental, inalienável e inviolável. Segundo a Constituição. Então quanto vale o trabalho salvar vidas para o governo Paes? Se vale tão pouco, quanto vale a vida para o governo na mesma proporção do valor que ele dá a quem cuida e salva?
Pelo exposto acima, gostaria de solicitar aos Conselheiros que apoiem os nossos trabalhadores e auxilie os sindicatos que compõem a MMNP-SUS serem recebidos pelo prefeito. E entendam que haverá um momento desesperador onde somente uma greve será visto como recurso único para que o Prefeito entenda que é essencial cuidar de quem cuida em todos os aspectos. Não há como cuidar quando se tem dívidas e vê cada vez mais faltar o alimento na mesa.
Lucimar Oliveira Diretora SATEMRJ